Páginas

Fascinam-me as minhas mutações faiscantes que aqui caleidoscopicamente registro.

A vida de um louco. A mente de um maluco. O que pode surgir desse mar de Apreenção? Descubra aqui .


quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Sombras do Passado'

Andei... andei tanto que meus pés doeram e criaram bolhas sobre as bolhas.
As babás passaram a me ignorar completamente depois de um tempo e eu logo desisti de tentar ficar calmo. Eu tinha de ver as sombras. Me ligar a tudo o que eu tive com elas no passado. Elas me ensinaram muito. Agora era minha hora de voltar e tentar ajuda-las.

Caminhei mais um pouco e segui por uma porta cinza-azulada, nela havia uma placa escrita:
"Entrada somente pessoal autorizado."
Eu claramente ignorei o aviso e entrei. Nela havia uma escadaria que subia alto e mais alto... subi cada vez mais... certas vezes encontrei pequenos corredores que davam em pequenas salas com um conteúdo que eu não imaginava o que seria.

Subi, subi e subi... Até chegar no ponto mais alto de todos. Que bela vista... eu amava este lugar. Mas não ficaria olhando apenas pelas janelas com barras de ferro... atravessei a porta... E vi... Vi TUDO.

Todos tão pequenos lá em baixo... As sombras ao longe voando no céu como quem me dá um oi... Eu queria tanto falar com elas... eu PRECISAVA tanto falar com elas...

Mas apenas em meus sonhos... SOMENTE nestes sonhos sobre as sombras...

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Vazio'

E passavam-se os dias. O lugar, quieto como sempre,estava começando a me deixar com uma estranha sensação de irrealidade. O tempo ia passando e a cada dia eu me lembrava menos de minha antiga vida.

Tic-Tac. Tic-Tac. O relógio ia passando. E eu ia me perdendo no infinito de minha mente. Nada acontecia aqui. Nada.

Vazio. Sentia falta das cores. Sentia falta do movimento. Sentia falta daquelas que me proporcionavam este prazer. As sombras.

Eu queria tanto poder sair deste lugar. Pensei pela milésima vez.

"Qual é o problema desta vez?", Casper se preocupava comigo, meu irmão nem fazia idéia. Eu o impedia cada vez mais com a meditação de ouvir minhas lamúrias. Isso o deixava nervoso. Não saber qual o problema e como ajudar.

Ah, Casper. Não se preocupe comigo. Estou um pouco rabugento novamente. Apenas isso.

"Eu não sei... Casper, olha a cara dele! Não me parece nada bem... Quem sabe não devêssemos chamar os homens de branco."

"Não acho que seja nada tão sério Lucky. Se acalme. Logo ele melhora."

É. Ouça o que ele diz. Casper sabe o que fala.

"Tem certeza maninho?? Concordo com Lucky. Você não parece nada bem."

Não se intrometa Vince. Não é nada de mais.

"Como quiser então."

Podem me deixar um pouco só? Acho que preciso dormir.

"Claro, maninho."
"Como quiser."
"Vejo você mais tarde então?"

Claro, Lucky. Mais tarde nos falamos então.

domingo, 3 de outubro de 2010

Estranho

- Sabe, os meus pais sempre me dizem para eu não falar com estranhos.

A voz de Lucky me tirou dos meus pensamentos. Me lembrei que os meus pais também me diziam isso com frequência.
"Essa frase não faz sentido. Todos são estranhos para você, até que você os conhece. E se você não falar com eles, como vai conhecê-los?"

"Hahahá... Acho que não é exatamente isso que os adultos pensam quando dizem isso para as crianças"

-Ele me dizia a mesma coisa.
-Hum?
-Meu amigo. Ele me dizia a mesma coisa. Se você não conversar com eles, nunca vai conhecê-los.

"É preciso diferenciar quem vale a pena conhecer, e quem não vale a pena."
-Casper tem razão, Lucky. Tem certas pessoas que é melhor nem conhecer.
-Mas alguma coisa em mim me diz que você não é uma dessas pessoas. Eu acho que vai ser muito bom eu te conhecer melhor.

Essa garota é realmente estranha. Algumas vezes ela parece ser um bebezinho, e outras ela parece mais velha do que eu...

-Eu ouvi isso!